Por Dentro da Trilha: As Versões de ‘Death Note’ com Luiz Gustavo Lopes e Gustavo Daniel

VERSIONISTAS: DEATH NOTE

Foto por: Mari Salles

Fomos convidados pelo BM para contar um pouco do processo de adaptação das músicas de Death Note – O Musical para o português. O espetáculo é uma prática de montagem da Escola de Artes Faz Assim e estreou no Teatro Clara Nunes, no Rio de Janeiro. A segunda temporada foi confirmada para setembro, nos dias 23 e 25, no Teatro Miguel Falabella, localizado na mesma cidade.

Somos Luiz Gustavo Lopes e Gustavo Daniel, fazemos parte do elenco do musical e fomos responsáveis por versionar as músicas, junto com Gustavo Segundo, Isabela Canle e Kika Tristão, nossa diretora musical. 

O PROCESSO

Todo o processo de adaptação das músicas durou aproximadamente 2 meses, com intensas reuniões por vídeo. Usamos como referência as versões das músicas em inglês, presentes no álbum americano, gravado em 2015, e em japonês, da montagem do mesmo ano. Como as duas versões apresentam letras diferentes, tomamos por base aquelas que contavam melhor a história e que poderiam fazer mais sentido para o público brasileiro.  

OS DESAFIOS

Os maiores desafios foram decifrar metáforas e elementos da cultura oriental, torná-los acessíveis à nossa realidade, e manter a essência da história original. O trabalho em equipe se destacou nesse momento, e contamos com a consultoria da Isa e do Gustavo Segundo que são conhecedores da cultura japonesa e do universo de animes e mangás. O respeito à estrutura das rimas e o encaixe das palavras na métrica, lapidado pela  experiência da Kika Tristão, foram prioridades que permearam todo o processo.

AS MÚSICAS

A música mais desafiadora de versionar, foi, sem dúvidas, “O Jogo É Seu” (Playing His Game, no inglês), por alguns motivos. A canção é um dueto que acontece durante um jogo de tênis, de forma que a letra apresenta vários jogos de palavras, com versos complementares entre os personagens, que são rivais na história. A música é acelerada e com muito texto (cada refrão diferente do outro), sendo trabalhoso satisfazer a métrica e as rimas. Trouxemos um trecho que ilustra o desafio: 

“Seus passos seguir 

No tempo que for,

Eu sinto aqui um instinto que é meu

Que ele finge e eu finjo

Que o jogo é seu”. 

A música mais divertida de adaptar foi “É Esse O Final” (The Way It Ends, no inglês). Talvez por ter sido uma das últimas músicas a que nos dedicamos, a atividade fluiu livremente e nos deixou bem satisfeitos. É o momento decisivo da peça, de forma que a letra é intensa e descritiva. Além disso, são retomados momentos cruciais do espetáculo, reafirmando-se, assim, a trajetória dos personagens. Um exemplo:

“Então é esse o final, o chão tremendo, o céu gritando,
Eis o poder divinal,
Está escrito, não tente fugir”

Remetendo ao trecho da canção “Furacão”:

“O chão vai tremer

E o céu gritar

Ao sentirem o poder do furacão”

Apesar do árduo caminho da adaptação, foi extremamente gratificante receber o retorno positivo dos espectadores ou ouvir que as letras são marcantes e ficam na cabeça.

CONCLUINDO

Além de nos aventurarmos no universo das versões, algo que nunca tínhamos feito, apesar de gostarmos de compor músicas, participar dessa etapa do projeto foi enriquecedor também para nos aprofundarmos no estudo dos personagens, de suas motivações, relações e objetivos. 

Chegamos aqui ao final da entrevista! Ficamos imensamente gratos por vir aqui conversar com o Broadway Meme, e esperamos que tenham gostado de conhecer um pouco da nossa experiência ao versionar o musical Death Note.

Ficaram curiosos? Se quiserem ouvir o resultado, gravamos o número de abertura da peça, “Onde Está a Justiça?”, que está disponível no canal TV EAFA, no YouTube.  

Esperamos vocês, nos dias 23 e 25 de setembro, para devorarmos as páginas de Death Note – O Musical. 

Jackson Guilherme

No proshot mais claro, na gravação mais densa, os palcos tremerão ante a minha presença. Olá, meu nome é Jack e eu sou o recifense do rolê! Minha especialidade são memes e piadas ruins, mas no meu tempo livre, sou graduando em Letras — apesar de um pézinho meu estar no jornalismo e o outro estar sapateando ao ritmo do teatro musical.

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