Entrevista com Vitor Rocha

Vitor Rocha é ator, escritor, diretor, roteirista e compositor; conhecido especialmente pelos seus musicais originais: “Cargas D’Água – Um Musical de Bolso”,“Se Essa Lua Fosse Minha”, e o seu trabalho mais recente “O Mágico di Ó”, que teve uma temporada de sucesso em São Paulo. A Broadway Meme fez uma entrevista exclusiva para conversar sobre seus próximos projetos e o recém formado “Coletivo Abrupto”.

O “Coletivo Abrupto” surgiu mês passado, com o objetivo de “somar forças aos agentes sociais que estão construindo um novo olhar sobre o artista negro e o fazer artístico. Um olhar com o poder de desencaixa-los dos lugares que até hoje lhes foram impostos pela sociedade e sua falta de autocrítica”. Seus participantes são: Ágata Matos, César Melo, Fábio Ventura, Letícia Soares, Lilian Valeska, Livia Graciano, Lucas Silverio de Lima e Pedro Caetano. Confira agora a entrevista!

Broadway Meme: Vitor, como surgiu a oportunidade para você participar do “Coletivo Abrupto” ?

Vitor Rocha: O convite foi feito pelo Fábio Ventura, porque ele participou do elenco do “Se Essa Lua Fosse Minha”. Este já era um projeto em que eu e o Elton (Towersey) tínhamos como uma meta nossa, uma decisão de tentar conseguir pelo menos 40% ou 50% do elenco negro, por questão de representatividade. A gente queria muito conseguir fazer isso, especialmente porque era uma história que falava de Brasil, de cultura brasileira, identidade do Brasil e do folclore, como que a gente ia falar disso não tendo ninguém dos perfis brasileiros lá dentro? Então a gente colocou como uma meta nossa. E então convidamos o Fábio pra fazer parte do elenco, e ele fez toda a temporada. Quando ele entrou pro coletivo ele já tinha esse projeto há algum tempo, ele ficava pensando em quem poderia escrever, aí ele lembrou do processo de criação do “Se Essa Lua”, de mim e do Elton, enfim, então ele convidou a gente para participar.

BM: Como está sendo a produção do musical “A Nossa História” do coletivo ?

VR: Então, a gente ainda está no começo do processo de montagem da história, bem como das músicas, eu e o Elton temos o roteiro básico, que a gente se inspirou desde o começo do convite. Nós apresentamos pro Fábio, tivemos várias conversas e perguntas para fazer com o coletivo sobre o que eles gostariam de dizer e sobre quem eles são, porque é um grupo, é um pessoal que tem uma coisa sua para dizer, e a gente está sendo convidado pra escrever essa coisa, precisávamos fazer essa troca e entender o que a gente ia fazer. Nós fizemos essas reuniões todas e agora que vamos começar a dividir em cenas e músicas; o que vai ser música e o que vai ser cena, começar de fato a criação bruta do espetáculo. Tem duas músicas prontas que foram apresentadas na coletiva de imprensa, mas pode ser que essas músicas mudem, porque agora é que a gente começa a encaixar as coisas nos lugares.

BM: O que podemos esperar desse novo musical?

VR: Dá pra esperar muita coisa, primeiro por causa do elenco, da potência de um elenco como aquele, acho que dá pra esperar muita coisa arrepiante musicalmente! Enfim, é uma delícia pensar que eu estou escrevendo frases para aquelas pessoas falarem, eles são baita atores, baita cantores. Acho que dá pra esperar no mínimo um olhar diferente para uma história comum. Porque esse é grande lance, a gente não vai falar de temas racistas, onde geralmente o negro é inserido -porque tem escravo, tem África- a ideia é falar sobre um roteiro que não fale nada sobre isso, e eles representem todos os papéis, porque eles são atores e pessoas, então dá pra esperar esse diferencial.

BM: Para finalizar, tem algum tema que você ainda não trabalhou, mas que gostaria de trabalhar no futuro?

Depende. Tem alguns temas que eu ainda não trabalhei publicamente, mas que eu já tenho os textos pensados. Mas tem um tema que eu gosto muito, que inclusive é um espetáculo que eu vou montar no ano que vem, que é um texto meu, um projeto meu, que é a quarta parte dos três espetáculos que vieram antes (“Cargas D’Água – Um Musical de Bolso”,“Se Essa Lua Fosse Minha”, “O Mágico di Ó”), que se chama “Lugar Nenhum”, que trata sobre a frustração.

Você pode conferir o trabalho de Vitor Rocha no espetáculo “O Mágico di Ó”, que iniciará sua terceira temporada no dia 10 de janeiro no Teatro Folha, localizado no Shopping Pátio Higienópolis em São Paulo!

Brígida Rodrigues

Olá! Eu sou a Brígida, estudo Letras e sou uma completa apaixonada por Teatro Musical. Como os meus amigos não aguentam mais me ouvir falar da Broadway e afins, estou aqui para compartilhar um pouquinho desse amor com vocês.

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