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O horror musical The Guy Who Didn’t Like Musicals (2018), assim como Rocky Horror (1972), é uma grande homenagem aos filmes de terror, de uma forma tragicômica. Entretanto, diferente de seu antecessor, essa obra referencia a cultura do terror pós-anos 90, conhecida pelo seu medo psicológico.
Na história, o mundo começa a se tornar um musical, tudo por causa de um vírus parasitário alienígena. A obra questiona o que isso significa e as implicações que isso apresentaria para a realidade que conhecemos.
The Guy Who Didn’t Like Musicals é uma produção do grupo StarKid, já conhecido por suas obras hipersatíricas. E aqui, eles mostram mais uma vez sua habilidade de explorar a metalinguagem — tão bem, que levanta a pergunta: o público também seria vítima da peça, sendo infectado pelo êxtase dos musicais?
As músicas são um ponto muito importante na construção desse espetáculo. Além das próprias melodias serem homenagens a outros musicais clássicos, a estrutura em si segue um estilo tradicional da narrativa do teatro musical, como ter uma I Want Song (a música que expressa os desejos do protagonista, a razão que o leva à jornada, como Part of Your World faz em A Pequena Sereia) e uma música de abertura que dá pitadas de todos os personagens da peça.
Entretanto, tudo é apresentado de maneira nada natural, como se o vírus estivesse distorcendo essa história de sobrevivência e horror até torná-la em um musical, de uma forma comicamente desconfortável.
Repleto de criticas sociais, e até à própria mídia em que o espetáculo se enquadra, essa obra de humor ácido tem muita paixão em sua criação, tanto pelos diretores, quanto pelos atores. Cada detalhe é preciosamente lapidado para entregar essa sensação tão única que é balançar a cabeça ao ouvir suas canções, ao mesmo tempo em que você se agarra na cadeira em tensão. The Guy Who Didn’t Like Musicals é uma obra prima moderna do terror.
Texto: Alex M.
Edição: Jackson Guilherme
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