The Rocky Horror Picture Show é uma das obras mais significativas e bombásticas do seu tempo, com uma explosão tão grande que ecoa até hoje, constantemente revisitado pelo público. E não é surpresa, já que a peça une todos os nichos que ela pretende representar: a cultura underground e subversiva, como os movimentos punk e gótico; a comunidade LGBTQIA+, principalmente a cultura drag e ballroom e, é claro, os livros e filmes clássicos de terror e pulp, principalmente dos anos 50 e 60. Costurando todas essas inspirações de uma forma altamente estilizada e nonsense, esse monstro de Frankenstein é uma linda homenagem à cultura alternativa, um grito de liberdade dos oprimidos.
Monstros vampíricos, mortos-vivos, alienígenas e cientistas malucos guiam esse castelo gótico escondido nos Estados Unidos, mas, subvertendo todas as expectativas, quem vêm para assombrar o lugar e virá-lo de cabeça para baixo são o infame casal de humanos, Brad e Janet, certinhos e quadrados, que poderiam ter saído de um comercial de margarina. Mas, ao se chocar com o novo ambiente, que é todo o oposto do que a sociedade percebe como “normal”, os novos noivos se dão conta que nem eles próprios são tão normais assim.
Fazer eles refletirem sobre sua essência esquisita é uma da missões do vilão mais aclamado dos musicais, Doutor Frank N. Furter, uma paródia drag queen e vampiresca do clássico personagem Doutor Frankenstein. O mestre (bem dominador, mesmo) do castelo, eternizado nas telas pelo incrível Tim Curry. Ele está sempre acompanhado de mais três personagens igualmente icônicos, Magenta e Riff-Raff, dois gêmeos que se vestem em clássicos uniformes de empregada e mordomo, e Columbia, que traz todo o circo e burlesque em seu visual e sua atitude.
Um quarto membro se une ao grupo: Rocky, aquele que dá nome a peça, um monstro criado em laboratório. Porém, ao contrário de sua óbvia inspiração literária, ele é um ícone de beleza e tesão. Repleto de inúmeras homenagens às histórias de pulp, terror e ficção científica, além de muito punk e rock, a obra traz essas referências com uma perspectiva satírica, charmosa e única, que perdura mesmo após mais de quarenta anos de história.
Texto: Alex M.
Edição: Jackson Guilherme
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