Depois de um mês de temporada no Nordeste com a peça As Cangaceiras, guerreiras do sertão, a atriz Lola Fanucchi volta aos palcos com o musical Vingança, de Anna Toledo, que estreia dia 24 de junho, em São Paulo.
“Vingança, para mim, é uma das melhores dramaturgias já escritas para o teatro musical brasileiro. Anna Toledo foi brilhante na inserção das músicas de Lupicínio Rodrigues na história. Não é à toa que a peça foi um sucesso absoluto de público e crítica na sua estreia quase 10 anos atrás. É uma honra absurda ser convidada a integrar esse elenco de colegas que eu admiro tanto e dar vida a uma personagem tão icônica como Maria Rosa”, diz a atriz.
Além de uma boa história e linda homenagem à obra do Rodrigues, Vingança é também um retrato histórico.
“Acho sempre bastante relevante olhar para o passado para questionar nossa caminhada como sociedade. A peça expõe preconceitos típicos da década de 1950, alguns felizmente já ultrapassados, mas também denuncia questões que ainda hoje, em pleno 2022 são atuais. A violência contra a mulher, por exemplo. O Brasil é o 5º país com maior taxa de homicídio de mulheres no mundo. É revoltante que passados mais de 70 anos essa ainda seja uma questão dessa grandeza. A arte, mesmo inserida num contexto histórico, traz reflexões de mudança urgente e ‘Vingança’ é um bom exemplo disso”, explica Lola.
O espetáculo, que é uma remontagem, foi levantado em duas semanas. Parte do elenco é o original, que já conhece bem a peça, além de três novatos, incluindo Lola. “Nosso diretor, André Dias, me deu total liberdade para criar a minha versão de Maria Rosa, o que é ótimo. Mas, ao mesmo tempo, como grupo, precisamos atingir essa coerência de linguagem. O elenco original já tem a linguagem da direção incorporada ao texto e acho que isso acaba nos impregnando nas nossas interações. Eles são um ótimo norte. Agora vamos entrar num segundo momento dos ensaios com limpezas de cenas, músicas e inserção de coreografias com a coreógrafa Kátia Barros“, diz a atriz.
Lola tem grandes musicais no currículo, como Natasha, Pierre e o Grande Cometa de 1812; Lembro todo dia de você; Nine – Um musical felliniano; Ghost, e Se meu apartamento falasse. Mas foi com a personagem Muna, na novela Órfãos da Terra (2019) que se tornou conhecida do grande público. No ano seguinte, comemorou o lançamento de seu primeiro longa metragem Tudo bem no Natal que vem, que se consagrou o título brasileiro da Netflix mais visto no mundo.
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